Apesar de ser a maior empresa de caronas do mundo, a Uber ainda vai passar por uma enorme transformação em breve. O CEO Travis Kalanick afirmou nesta quarta-feira (19) em entrevista a Vanity Fair em São Francisco:
Estamos nos primeiros estágios para ser uma empresa de robótica. Temos centenas de engenheiros trabalhando nos nossos desafios mais difíceis.
O CEO está se referindo a tecnologia de carros autônomos que a Uber está desenvolvendo. Assim como outras empresas, especialmente a Tesla de Elon Musk, a Uber sabe que o futuro está nos carros que se dirigem.
Para a Uber, que possui valor de mercado de US$ 68 bilhões, isso é especialmente importante por dois motivos principais, explicados abaixo.
Uber vs Motoristas
Sem motoristas para receber uma parcela dos ganhos por corrida, os lucros próprios são muito maiores. Outro, talvez ainda mais urgente, é o fato de que está cada vez mais difícil manter os motoristas satisfeitos.
O fato é que a Uber jamais aceitará reconhecer seus motoristas como empregados. Ela prefere enfrentar milhares de processos judiciais, pois ainda assim fica mais barato.
Sobre processos judiciais, eles não são poucos. Apenas nos últimos meses a empresa já foi acusada de não oferecer acessibilidade a portadores de necessidades especiais, e diversos de seus motoristas conseguiram direito ao seguro desemprego.
Para tentar aliviar isso, a Uber tenta agradar seus motoristas com pequenos agrados como programas de recompensas e reformulações do uberPOOL, serviço odiado por eles.
Basicamente, o modelo de negócios da Uber não é compatível com as demandas dos motoristas. Ela não poderá se manter com a mesma postura para sempre, já que assim dá espaço para outros aplicativos mais vantajosos chegarem. Ou como o CEO afirmou:
Conforme seguimos ao futuro, autonomia é algo bastante crítico para nós. É existencial.
Logo, a saída final são os carros autônomos. E como vimos, o CEO não está economizando dinheiro para fazer isso se tornar realidade o quanto antes.
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