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Preguiça: como identificar, superar e ser mais produtivo

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Você já teve a sensação de estar paralisado frente a um problema por nem saber como deveria começar a resolvê-lo? Alguns passos simples podem te ajudar a superar a preguiça e entender melhor as suas causas.

Apesar de não ser nenhuma novidade, aquilo que iremos te mostrar aqui pode mudar completamente sua forma de agir diante de qualquer tarefa que pareça difícil demais, e entender que aquilo que conhecemos como preguiça muitas vezes não é de fato, mas sim um problema complexo demais com o qual você ainda não teve contato.

Como você – provavelmente – aprendeu a lidar com a rotina e aceitar a preguiça

A forma como aprendemos a executar tarefas desde a infância tem um impacto significativo em como o nosso cérebro irá trabalhar para lidar com todas as tarefas ao longo da vida. Isso porque existem inúmeras formas de aprendizado, e não identificamos de forma intuitiva a forma que funcionamos.

Vamos usar um exemplo de um pai que deseja ensinar ao filho como comer sozinho. Ele pode usar o exemplo, mostrando por meio da sua própria refeição como ele deve fazer; pode orientar pela fala, dizendo passo a passo o que a criança deve fazer em seguida; ou pode apenas mostrar o prato para a criança, e dizer que aquele é seu almoço e que ela pode comer.

Cada uma dessas formas irá gerar um padrão de comportamento diferente do outro. Provavelmente a última opção será a menos preterida pelos pais, dado a dificuldade que a criança irá enfrentar – afinal sem nenhum indicativo inicial de como comer, ela precisará de maior esforço para compreender a melhor forma de ser feito, e também pelos possíveis desastres de tal experiência, como a sujeira e até um machucado.

O caminho mais difícil pode ser mais interessante

Mas apesar de ser mais difícil, parece ser o caminho mais vantajoso. Isso porque a criança começará a desenvolver o pensamento crítico, analisando qual a melhor forma de se fazer, quais passos precisará executar e porque algo não deu certo, para tentar de novo. (Deixamos claro que essa forma de aprendizado exige uma idade mínima para a criança desenvolver essa persepção, não sendo indicada para qualquer idade.)

Como esse exemplo, podemos pensar em uma série de outras tarefas que nos foram ensinadas, seja por exemplo ou por indicação falada e escrita das etapas a seguir. Além da infância e adolescência, muitas vezes repetimos esse mesmo padrão de aprendizado durante nossa carreira, com profissões altamente operacionais, realizando tarefas preestabelecidas.

O grande problema desse tipo de ensino é tornar a pessoa responsiva. Pessoas que nunca lidaram com problemas amplos, que não têm uma resposta pronta ou etapas definidas encontram sérias dificuldades na hora de solucionar problemas.

Isso porque, em nenhum momento lhes foi ensinado de que forma deveriam analisar. Esse pode ser o principal motivo da sua dificuldade em terminar o TCC, aumentar seu salário, mudar de profissão, morar sozinho, entrar num relacionamento, entre outros problemas que não são nada técnicos mas fazem parte do nosso cotidiano.

Você sabe disso, mas ainda assim tem a… preguiça

Como havia dito, nada disso é novidade para ninguém. Sabemos que os problemas irão nos paralizar, mesmo sem antes entender o porque de acontecer, mas o que não sabemos é: como evitar?

Voltando ao exemplo da criança que precisa aprender a comer. Apesar de hoje você saber exatamente quais os passos que precisa para almoçar, tente oferecer a uma criança que não tentou uma vez sequer comer sozinha uma refeição, os talheres, e a oriente que coma.

Por mais simples que seja para você, a criança terá muita dificuldade para entender como segurar o talher, empurrar a comida, manter o equilíbrio da mão para não derrubar. Provavelmente ela tentará desistir, ou pode ficar apenas observando o prato, sem saber por onde começar.

Dessa mesma forma lidamos com os nossos problemas até hoje, não sendo necessariamente a falta de vontade de fazer mas a sensação de não saber como o grande problema que enfrentamos.

Por não conseguir enxergar quais os passos que devemos executar, não ter claro se esses passos irão dar certo e não conseguir desenhar a trajetória do início ao fim daquele problema, ficamos tão desnorteados que desistimos.

Comece separando em blocos

A melhor forma de começar é separando seu problema em blocos. Quando você se preocupa a criar objetivos que podem ser executados, naturalmente irá gerar as mesmas sensações das tarefas que tem hoje, uma propensão para agir, sensação de conquista ao finalizar e recompensa quando alcançar o objetivo.

Além de tornar os seus mecanismos de recompensa e conquista mais estimulados, separar em objetivos menores com tarefas práticas irá ajudar seu cérebro a trabalhar de forma equilibrada, onde poderá descansar entre uma atividade e outra sem perder o foco do objetivo final.

Mude seus objetivos para ações

Sabemos o quanto as pessoas valorizam o resultado como o foco de todo o esforço realizado, e de fato na maior parte das situações não podemos negar a sua importância.

Mas chegar ao prêmio do resultado esperado, seu modo de pensar precisa premiar também o esforço adquirido. Não podemos nos limitar apenas as vitórias, e desconsiderar que serão necessários vários erros até chegar lá.

Portanto, valorizar o seu desempenho, como a quantidade de horas estudadas, a organização diária com suas contas financeiras, o tempo gasto desenrolando diversas atividades são mais importantes que o seu resultado. As chances de você não alcançar seu objetivo podem existir, mas se conseguir focar nas suas ações e não no resultado, você com certeza irá se desenvolver muito.

Sabemos o quanto é difícil deixar de lado o foco em ter resultado. Todas as atividades que exercemos hoje, só fazem sentido se geram significado e uma contribuição, geralmente financeira, correto?

Mas focar no resultado irá te deixar… preguiçoso. Avaliamos o quadro geral do problema e pensamos ser enorme e com grande chances de dar errado, logo, melhor abandonar. É nesse momento em que iremos ficar sentados sem tomar nenhuma ação.

Você não pode prever o que irá acontecer

Lidar com problemas complexos é aceitar que não existe um caminho pronto e o resultado pode sim ser muito diferente do que você imagina. Aprender a procurar alternativas, desenhar um escopo de tarefas e ser flexível com as possíveis demandas que surgirão no caminho que muitas vezes não eram esperadas faz parte.

E lembre-se, apesar de seu cérebro ter sido programado da forma como é hoje, ele é altamente adaptável. Tudo aquilo que realizamos por horas durante dias tem o poder de mudar completamente nossos padrões e como organizamos nossos problemas.

Ganhe experiência

As dicas são simples, mas difíceis de serem executadas. Mudar seu comportamento e seu foco começa pelos pequenos passos, como desmontar seus objetivos em blocos, torná-los ações e a percepção da experiência ser mais importante que o resultado em si.

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