O conceito de startup, como qualquer outro, é passível de diferentes interpretações. Atualmente, a maior parte dos especialistas aceitam uma startup como um grupo de pessoas que buscam resolver um problema ainda não atendido (ou atendido de forma insatisfatória), tentando tornar isso um negócio ao buscar um modelo de negócios escalável.
Este resumo nos dá algumas dicas de o que é uma startup, mas precisamos entender o que isso realmente significa.
Problema e oportunidade
Startups vivem em ambientes de extrema incerteza, ao contrário de negócios tradicionais. Isso porque, em geral, elas buscam resolver algum problema não atendido ou de forma diferente de outras empresas.
Exemplo: Larry Page e Sergey Brin, co-fundadores do Google, perceberam que existia uma enorme quantidade de páginas na internet (problema) sem uma maneira eficaz de as encontrar (oportunidade). Mecanismos de busca online já existiam, mas não eram muito eficazes. Com um algoritmo diferentes, que é capaz de ranquear páginas de acordo com sua relevância, criaram o Google.
Com o avanço e barateamento da tecnologia, além das condições socioeconômicas favoráveis, em especial da classe média americana, as startups puderam florescer.
A busca pelo modelo de negócios
Devido a sua natureza, a maior parte das startups não possuem referenciais para estabelecerem seu modelo de negócios previamente, ao contrário de padarias, por exemplo.
O modelo de negócios é a forma como a startup gera dinheiro. Em alguns casos, isso é mais óbvio, como o Uber: recebe uma parcela do preço das corridas. Em outros, nem tanto: o Snapchat até hoje não tem um modelo de negócios bem definido e continua sobrevivendo de investimentos.
Cada startup requer um modelo de negócios diferente, visto que em tese, cada startup é algo inédito. É por isso que sem investimentos, muitas não poderiam existir. Sem capital de risco, elas não teriam fôlego para encontrar uma boa forma de fazer dinheiro.
Repetibilidade e escalabilidade
Duas características definidoras de startups são a sua capacidade de disponibilizar várias vezes o mesmo produto e elevar as vendas sem que o custo acompanhe.
Exemplo: ao contrário de locadoras que dependem de unidades de produtos físicos (DVD, Blu-ray, etc.), a Netflix pode disponibilizar um mesmo filme para todos seus usuários. Além disso, ela é capaz de atender milhares de usuários adicionais sem necessariamente contratar mais funcionários, aumentando sua renda gerando apenas gastos extras em servidores e direitos autorais.
Ou seja, o produto da startup não pode ser algo personalizado para cada cliente ou que necessite de um profissional extra a cada cliente.
É também por isso que grande parte das startups são negócios digitais. Na internet, a possibilidade de escalabilidade e repetibilidade é geralmente muito maior que no mundo físico, além de ser muito mais barato de se executar.
Futuro de uma startup
Após o estabelecimento de todos esses critérios, a startup já tem a receita do bolo, ou seja, descobriu se a ideia é boa. Porém, isso não é garantia de sucesso. Não basta apenas saber os ingredientes, deve-se saber a quantidade de cada um, ordem, temperatura e diversos outros fatores.
Costumava-se dizer que se você tem um ótimo produto, o marketing é dispensável. Isso já não é mais uma verdade absoluta hoje em dia. Por trás de qualquer startup de sucesso atual, podemos encontrar grandes departamentos de vendas. Ótimo atendimento ao cliente também está cada vez mais sendo crucial.
- Veja também: Descubra se sua ideia é mesmo boa com esses 5 passos
Outro risco que startups correm é de se tornarem irrelevantes. Caso o Google não tivesse continuado a aprimorar seu algoritmo, não seria o líder incontestável das buscas na internet. Podemos dizer o mesmo do Netflix: o que acontecerá se pararem de adicionar filmes e séries ao seu catálogo?
Startup é apenas o estágio inicial, sendo o objetivo se tornar uma grande empresa. Futuramente, dentro dessa empresa consolidada, pode-se criar diferentes ambientes de startup voltados a criação novos produtos.