Um grupo que representa os interesses de pessoas com necessidades especiais em Chicago entrou com um processo contra a Uber nesta semana, conforme reporta a agência Reuters. A alegação é de que a empresa viola as leis de acessibilidade por não fornecer veículos preparados para cadeiras de rodas.
De acordo com o processo, desde setembro e 2011, quando a Uber começou a operar em Chicago, até agosto de 2015, a empresa forneceu apenas 14 corridas para usuários que necessitavam de carros propriamente equipados para cadeiras de rodas motorizadas. E o fez utilizando serviços de terceiros que contavam com os carros apropriados.
Em nível de comparação, a Uber forneceu quase 5,5 milhões de corridas de abril até junho de 2015 em Chicago, que é a terceira maior cidade dos Estados Unidos. Os documentos do processo afirmam ainda:
“Essa posição ameaça trazer de volta a isolação e segregação que o movimento de direitos para pessoas com necessidades especiais lutou para eliminar”.
Em posicionamento oficial respondendo ao processo, a Uber afirmou:
“Levamos a sério este problema e estamos comprometidos em aumentar a mobilidade e liberdade para todos os passageiros e motoristas, incluindo os membros de nossas comunidades que possuem necessidades especiais”.
Em maio a Uber lançou o uberWAV em Chicago, que fornece carros equipados com rampas e elevadores para cadeiras de rodas. Também lançou o uberASSIST, feito para atender pessoas que requerem atendimento especial.
Contudo, durante uma reunião com representantes da Uber, conforme relata o processo, foi demonstrado que no momento não existia qualquer carro capaz de atender um cadeirante em Chicago.
Taxistas usam como argumento
As discussões nos Estados Unidos sobre a legalidade dos serviços da Uber também levanta essa questão.
Em Chicago, operadoras de frotas de táxis com mais de 20 deles precisam manter pelo menos 5% dos veículos equipados para atender cadeirantes. A cidade oferece incentivos financeiros para não prejudicar os rendimentos desses taxistas.
Sendo assim, esse problema da Uber (e competidores como o Lyft) é um dos muitos argumentos usados pelos grupos de taxistas para banir o aplicativo ou implementar normas equivalentes.
Esta não é a primeira vez que o serviço é alvo de grupos com necessidades especiais. No ano passado a empresa foi processada pela Federação Nacional dos Cegos por “sistêmica violação dos direitos civis”, citando casos até de abuso contra cães guia.
A Uber vem passando por uma onda de processos. Recentemente, por exemplo, vários de seus motoristas ganharam o dinheiro ao seguro desemprego, o que pode dar prerrogativa perigosa ao modelo de negócios da empresa.