Empreendedorismo

Vale a pena abrir uma empresa no fim de 2016?

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O sonho de muitos brasileiros é abrir uma empresa e muito dinheiro vendendo produtos, prestando serviços ou desenvolvendo produtos em uma indústria.

Esse sonho tornou-se realidade para uma boa parcela da população entre os anos de 2010 e 2014, quando a economia brasileira crescia rapidamente e o acesso ao crédito era facilitado pelo governo.

No entanto, por uma série de problemas econômicos, políticos e falhas de planejamento, nossa economia entrou em uma grave crise, que levou outras milhares de empresas a fecharem as portas e demitirem seus empregados.

2016 é o ano para abrir uma empresa?

O último trimestre de 2016 está chegando, carregando com ele alguns fatos novos importantes, que o diferenciam do fim de 2015: com a mudança no comando do país, os economistas passaram a dar sinais mais esperançosos sobre o inicio da retomada no crescimento.

A taxa de juros ainda está elevada, dificultando o acesso ao crédito, mas a inflação começou a dar sinais de enfraquecimento, oferecendo espaço no curto prazo para que o Banco Central volte a reduzir a taxa Selic.

Os sinais de melhora ainda são bastante tímidos, mas já estão sendo notados. Talvez o Brasil já tenha passado por sua pior fase e esteja pronto para a retomada, mas será que esse é o momento de abrir sua empresa e aproveitar a recuperação do país?

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Governo que apoia o micro e pequeno empreendedorismo

Para quem é (ou era) empregado no setor privado, é comum utilizar o valor das verbas rescisórias para abrir um negócio próprio, fugindo da experiência desgastante de procurar um novo emprego e um novo chefe.

E como nenhuma empresa nasce grande e dependendo do ramo escolhido o investimento inicial é alto, é preciso considerar que logo você irá precisar de crédito para garantir o fluxo de sua empresa.

Se o governo cumprir com o que vem sendo falado nos últimos meses, uma política de apoio ao micro e pequeno empreendedorismo poderá fazer a diferença, seja com uma simplificação e redução nos impostos cobrados ou até mesmo no incentivo ao crédito mais barato.

Empreendedores de sucesso fazem da crise oportunidade

Se você não planeja contar com qualquer auxílio de políticas governamentais, é interessante saber que um momento como o que vivemos poderá significar oportunidades negociais no curto prazo.

A grave crise dizimou um grande número de empresas que poderiam ser suas concorrentes em outro momento, afastando um pouco esse fator que prejudica os primeiros passos de novos negócios.

Com a falência de muitos negócios locais, caso seu foco seja em uma empresa que atua no comércio, bons pontos poderão ser mais facilmente locados nos centros das cidades, grandes shoppings ou outros locais que antes eram inacessíveis. O preço do aluguel também está pressionado pela longa vacância desses imóveis.

Outra boa ideia para novos negócios em 2016 é observar a mudança no perfil dos consumidores: se com o desemprego controlado e aumento na renda média a população passou a consumir produtos e serviços premium, hoje pode valer muito a pena investir no oposto, em soluções para quem já não pode gastar muito, precisando optar sempre pelo melhor custo benefício possível. Faça disso a sua marca e o seu foco na escolha do ramo de atuação.

Fuja do efeito manada

Em temos de crise e inflação alta, o empresariado costuma tomar decisões acompanhando a maioria: o mal estar geral trava negociação, freia investimento e a crise vai se agravando cada vez mais devido a este movimento conjunto.

Como um empreendedor diferenciado, você deverá focar justamente na hipótese contrária, apostando na reinvenção e na inovação, criando novas tendências.

Como nenhuma crise costuma durar por vários anos seguidos, aproveitar um início de retomada para atrair clientes e trabalhar sua nova marca aos poucos poderá ser um grande trunfo no momento que a economia estiver funcionando a pleno vapor novamente – recebendo vários aventureiros que seguem o efeito manada mas que não suportam a concorrência no médio prazo.

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Seja inovador, mas mantenha a cautela

Ao mesmo tempo que nossas dicas apontam para a necessidade de criatividade e inovação, não podemos deixar de alertar que investir em uma empresa durante a crise exige cuidados especiais.

Como muitos fornecedores enfrentam problemas de caixa, provavelmente você não contará com prazos dilatados para pagar. Os bancos sofrem com a inadimplência elevada, então sua empresa terá que ter bons números para conseguir crédito. Com um número tão grande de desempregados, um esforço ainda maior de publicidade será necessário para atrair clientes.

E todos esses dificultadores exigirão um planejamento ainda mais sólido, com o cálculo preciso de todos os riscos envolvidos e reservas financeiras por alguns bons meses até que o negócio se consolide e passe a dar lucro (ou ao menos “se pagar”).

Em suma: vale a pena abrir uma empresa em 2016?

Diante de tudo que comentamos, nossa opinião é que sim, vale a pena abrir um negócio próprio em 2016. O momento é claramente mais propício que o fim da “bonança” vivida até 2014 e durante todo o ano de 2015, onde as inseguranças eram enormes.

Ressaltamos que a escolha do ramo de atuação deverá ter um peso enorme na decisão de abrir a empresa, seguida de um planejamento de custos e receitas muito mais responsável do que em momentos confortáveis na economia.

Estude profundamente se o produto ou serviço que será oferecido enfrenta forte influência da recessão atual e, principalmente, se ele é escalável, podendo ter taxas de crescimento muito elevadas no momento que a economia voltar a crescer.