O Uber começou a aceitar pagamentos em dinheiro em Brasília, assim como já faz em algumas cidades do nordeste, na capital de São Paulo e em Belo Horizonte desde julho.
A nova opção chega apenas para alguns usuários selecionados e será aos poucos expandida, garantindo assim um maior acesso ao Uber de pessoas que hoje não possuem cartão de crédito ou PayPal para pagar suas corridas.
Pensando em ser um motorista do Uber? Clique aqui e saiba quanto pode ganhar e se vale a pena!
Mas será que o preço pago por essa comodidade é condizente com o que o serviço sempre se propõe? O que muda para os motoristas que agora terão que se preocupar com questões como troco, segurança e inadimplência?
Veremos na matéria de hoje mais sobre esse recurso do Uber que é interessante, mas que com certeza irá gerar polêmica na capital federal.
As opções de pagamento aceitas pelo Uber
Desde que o serviço foi lançado, uma das principais vantagens era a segurança proporcionada pelo fato de que nem os motoristas e nem os clientes precisariam carregar dinheiro em espécie para pagar as corridas.
Como não é possível chamar uma corrida de Uber sem utilizar um smartphone com conexão de internet e GPS (o que continuará sendo exigência), era necessário ter um cartão de crédito ativo e válido cadastrado.
Mais recentemente a opção de pagamento foi aumentada, permitindo o cadastramento do PayPal (que também utiliza de cartões débito, crédito, transferência ou boleto) e em algumas cidades do nordeste o pagamento em dinheiro, o qual comentamos hoje.
Quais os motivos para o Uber aceitar dinheiro?
Em pesquisas recentes, o Uber divulgou que nas cidades de Recife, Fortaleza e Salvador, apenas 60% dos usuários que baixavam o aplicativo cadastravam um cartão de crédito na hora que eram solicitados. Com a opção de pagamento em dinheiro o percentual subiu para 90.
Fica evidente que a estratégia do Uber é ampliar a sua base a todo custo, viabilizando assim o número necessário de corridas para o enorme número de parceiros que foram cadastrados nos últimos meses.
É importante destacar ainda que a opção não é exclusividade do Brasil, já sendo testada em outros países.
Como fica a questão do troco para os motoristas e passageiros do Uber?
Apesar de ser obrigação do motorista oferecer o troco para os consumidores que optam pelo pagamento em dinheiro, a Uber criou uma solução para a situação em que não há troco total disponível.
Na hora da finalização da corrida o passageiro informa qual o valor que ele pagou a maior para o motorista no próprio aplicativo, momento em que o Uber irá gerar um crédito para uma próxima corrida.
Notem que a opção é polêmica, pois o motorista fica sabendo na hora de aceitar a corrida que o passageiro optou pelo pagamento em “cash”, devendo estar preparado para fornecer troco.
Aliás, quem chama o Uber poderá estar contando com o troco para utilizar em outro lugar, criando uma frustração caso o motorista não tenha nenhum troco disponível.
Claro que o sistema de avaliação dos motoristas serve para isso: caso você seja prejudicado pelo motorista que aceitou a corrida sem ter nenhum troco disponível, aproveite para realizar sua reclamação junto ao Uber. Um motorista que não mantém avaliação mínima de 4 estrelas é expulso do serviço.
E os riscos para os motoristas do Uber trabalharem com dinheiro?
Em relação aos riscos para motoristas, o Uber ameniza: o volume de dinheiro que eles carregam consigo em geral é bem menor do que o valor do smartphone usado para o trabalho.
Notem que o argumento parece um tanto quanto vazio, pois alguns bandidos específicos não possuem interesse em realizar a venda de celulares usados, sendo especialistas em assaltos de taxistas para ficar com o dinheiro vivo das corridas.
De qualquer forma, o aplicativo segue funcionando como antes, exigindo sua atualização e avaliação de quem usa as corridas no aplicativo, ou seja, os motoristas poderão livremente negar corridas para aqueles clientes que não possuem avaliações suficientes e começaram a usar o serviço recentemente.
Possíveis problemas com a nova função
Existem aparentes brechas de segurança na utilização do serviço: uma delas é a possibilidade de inadimplência em uma corrida. Se com o cartão de crédito o risco era baixo (ocorria apenas se a emissora do cartão rejeitasse um pagamento), agora o risco de prejuízo é mais visível.
Basta imaginar que no momento de finalizar a corrida e realizar o pagamento em dinheiro o passageiro resolva simplesmente sair correndo do carro. Provavelmente a própria Uber pagará o prejuízo ao motorista e irá banir o usuário caloteiro do serviço, mas não sabemos se o banimento é apenas para a conta ou para o número de celular em si.
Não ficou claro ainda se os motoristas poderão simplesmente optar por nunca aceitar o pagamento em dinheiro, mas para o passageiro a certeza é de que nem todos irão topar a corrida, o que pode gerar inclusive um custo maior devido ao fator de multiplicação dos preços de corrida em caso de escassez de veículos.
Vantagens para o motoristas
Além do aumento previsto no número de usuários com acesso ao Uber, o maior benefício da nova opção é o recebimento do pagamento da corrida na hora – a comissão de 20 ou 25% destinada a Uber é descontada das outras corridas realizadas com cartão de crédito.
No modo normal, com corridas pagas pelo cartão ou PayPal, o motorista recebe o crédito apenas na semana seguinte. Para aqueles parceiros Uber que usam o carro apenas de vez em quando, para complementar a renda, a opção do recebimento a vista é ótima para situações de aperto, podendo passar uma madrugada, por exemplo, aceitando apenas corridas pagar em dinheiro.
Pensando em ser um motorista do Uber? Clique aqui e saiba quanto pode ganhar e se vale a pena!