Você que procura quais são as melhores opções para investir seu dinheiro e seu tempo empreendendo, com certeza já deve ter ouvido falar do Marketing Multinível.
Se não ouviu falar especificamente do termo, já deve conhecer um pouco sobre os modelos de investimento e vendas praticados por marcas como Herbalife, Mary Kay, Hinode entre outras.
Na presente matéria abordaremos os aspectos técnicos sobre esse modelo de remuneração de vendas e serviços, como funcionam suas comissões, as bonificações e a ampliação de uma rede que trabalha em conjunto, de forma colaborativa.
O que é o Marketing Multinível ou MMN
A expressão se refere a um modelo de remuneração onde uma cadeia realiza vendas de produtos de determinada marca ou presta um serviço.
Se na cadeia “tradicional” de vendas diretas há uma indústria que produz, uma rede distribuidora e uma rede de lojas ou vendedores responsáveis pelas vendas ao consumidor, no marketing de multinível existe mais uma figura: a da linha patrocinadora.
Também chamado de Marketing de Rede, o modelo busca gerar faturamento e lucro não apenas para os atores normais de uma cadeia de produção e venda, mas também das figuras responsáveis por recrutar, treinar e expandir tal renda, os chamados distribuidores.
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Sinônimos do Marketing Multinível
Além do conceito básico que trouxemos hoje para o MMN, existem diversos outros sinônimos que foram criados nos últimos anos, mas que derivam de uma mesmo conceito.
Os mais conhecidos são: Marketing de mídias Sociais, Marketing de Rede, Multi Level Marketing (internacionalmente) ou ainda Networking Marketing.
A história do Marketing Multinível
A criação dessa importante ferramenta de marketing é creditada ao norte americano Carl Rehnborg, ainda em 1941.
Implantado em uma de suas empresas, estabelecia uma espécie de comissionamento entre os vendedores em vários níveis diferentes. Infelizmente, logo no início da utilização do modelo por outras empresas e pessoas mal intencionadas utilizaram dele para a exclusiva movimentação de dinheiro, o que caracterizou os primeiros esquemas de pirâmide da história.
Em 1979 o marketing Multinível conseguiu ser reconhecido como modelo legítimo e enfim ser diferenciado dos esquemas de pirâmide, conforme veremos as diferenças em detalhes na sequência.
Na década de 80 houve uma explosão no número de novas empresas que surgiam exclusivamente baseadas no modelo de MMN. Porém, a falta de estrutura e coerência na implantação dos projetos levou a maioria a falência.
Como baseavam-se em um plano de compra progressiva de produtos da marca representada, muitos vendedores conseguiam vender seus estoques, tendo que se desdobrar para subir em um plano de carreira mal estruturado, reduzindo suas margens de lucro a praticamente zero, tentando fugir de prejuízos.
A década de 90 foi marcada por ajustes no modelo, buscando recuperar a imagem já muito desgastada. Graças a tecnologia e o aprendizado com os erros do passado, o modelo passava a focar mais no bem estar dos distribuidores e no investimento massivo na imagem e publicidade dos produtos, o que facilitava tanto a expansão da rede quanto a venda efetiva dos bens e serviços.
A partir do ano 2000, o Marketing Multinível estava consolidado e segue em expansão até os dias atuais. As novidades da década são a utilização da internet no modelo, o que aproxima os parceiros, fortalece as marcas e produtos, além de permitir a criação de redes parceiras cada vez mais robustas.
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A diferença entre o Marketing Multinível e o esquema de Pirâmide
Se você reconheceu nas descrição do Marketing Multinível uma definição popular para os chamados “esquemas de pirâmide” ou “sistema Ponzi”, saiba que você está certo: conceitualemente são muito próximas.
Porém, é importante destacar que existe uma linha tênue que separa uma pirâmide de um Marketing Multinível. Uma delas é a idoneidade dos idealizadores do modelo. A segunda, e essa “oficial”, é o percentual máximo da geração de faturamento da empresa que utiliza o modelo.
Nos Estados Unidos, para um modelo ser considerado como Marketing Multinível ele deverá ter 70% de seu faturamento advindo da venda dos produtos ou serviços, e no máximo 30% do comissionamento pela indicação de novos vendedores.
Caso uma empresa ultrapasse tal limite, seu modelo é considerado pirâmide, proibido por Lei na maioria dos países do mundo, o que inclui o Brasil.
Em outros países como o Brasil, cabe a justiça analisar e decidir se o sistema é ou não fraudulento.
Como o Marketing Multinível funciona na prática
Na prática, um mesmo produto pode ser vendido tanto de maneira direta quanto através do marketing Multinível. Porém, muitas empresas usam do sistema por acreditarem ser o modelo ideal de crescimento progressivo nas vendas, no reconhecimento da marca e na criação de uma rede colaborativa e duradoura de compra e venda de seus produtos.
A produção dos bens que serão vendidos cresce proporcionalmente ao número de vendedores em determinada região e a demanda por tais produtos.
O incentivo passa a ser para que os vendedores desses produtos ganhem uma comissão sobre cada venda realizada. Como uma forma de aumentar a renda e o alcance dos produtos, estes são incentivados a indicarem outras pessoas interessadas em realizar vendas desses mesmos produtos.
Apesar da criação de potenciais concorrentes de vendas, quem faz a indicação, passa a receber uma comissão sobre as vendas realizadas por seus indicados, e também por novos vendedores que venham a ser indicados por eles.
Ou seja, temos então vários níveis de vendedores e indicados, o chamado Multinível. Em que pese parecer ser possível ganhar dinheiro apenas indicando novos membros, para garantir que o modelo não se torne uma pirâmide, cada um dos membros possui uma cota mínima obrigatória de produtos que precisa ser comprada mensalmente, garantindo assim que o objetivo principal da marca não seja deturpado.
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As vantagens do modelo MMN
Para as empresas que utilizam do modelo, as vantagens principais são a formação de uma rede fiel e fortalecida, que compartilha de conhecimentos de vendas e expansão, o que fortalece a marca e proporciona um aumento progressivo da área de atuação e do faturamento do negócio como consequência.
Setores que já possuem marcas consolidadas e com enormes investimentos em publicidade, como é o de cosméticos, usam do MMN como alternativa mais barata e sustentável de tentar ocupar o espaço que ainda existe no mercado. Isso é possível graças ao modelo de venda porta a porta e entre amigos, que ajuda a superar outras questões, como o impacto das marcas mais famosas.
Já para quem vende, é uma oportunidade de renda extra ou até mesmo de independência financeira com um horário totalmente flexível, onde não há chefes.
Muitas pessoas que se dedicam integralmente ao modelo e possuem contatos relevantes, conseguem de fato montar redes muito grandes e lucrativas.
Outra vantagem é que geralmente os treinamentos são gratuitos. Como toda a rede é interessada em seu crescimento mútuo, os cursos e encontros são organizados de forma colaborativa.
Em que pese tais vantagens serem reconhecidas, a eficácia real do modelo ainda não é provada, restando muitas críticas, especialmente causadas por empresas mal estruturadas que acabaram encerrando suas atividades, gerando prejuízos aos envolvidos.
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As desvantagens do modelo
A principal crítica é referente a saturação matemática que qualquer modelo do gênero se sujeita. Como ela é baseada em crescimento progressivo, está fadada a ter um teto. Se o crescimento é rápido e consistente, determinada região poderá ser preenchida por um número tão alto de vendedores e redes negociais que não existirão mais consumidores, levando o modelo ao fracasso.
Quem procura um crescimento rápido e fácil, muitas vezes prometidos pelas marcas tende a se frustrar. Como a concorrência nos mais diversos ramos é muito alta, a dedicação para crescimento no modelo deve ser muita alta, além de demandar muito tempo e contatos para garantir seu crescimento.
Outro problema enfrentando por muitas marcas é o da busca rápida pelo recrutamento de um grande número de novos vendedores, sem seu devido preparo. Tal prática prejudica a marca, o modelo e o próprio desempenho de quem se interessa em fazer parte de uma rede.
Nos últimos anos algumas empresas que eram popularmente conhecidas como sendo de marketing multinível, prometiam lucros fáceis e crescimento rápido, revelando-se em seguida como sendo esquemas de pirâmide.
Em tal categoria podem ser citadas a Telexfree, a BBOM, a Blackdever e a Multiclick.