Carreira

Entrevista com Camillo Di Jorge, Country Manager da ESET no Brasil

Camillo Di Jorge

A demanda por profissionais que representem empresas estrangeiras no Brasil está crescendo rapidamente. A maré de startups de software e tecnologia em geral é uma das maiores responsáveis por isso.

Contudo, operar comercialmente no Brasil pode ser algo bastante desafiador para empresas ou startups que não estão dispostas a lidar com as diversas peculiaridades encontradas por aqui.

Tivemos a oportunidade de entrevistar Camillo Di Jorge, Country Manager da ESET no Brasil, durante o 3º Fórum de Segurança Digital promovido pela empresa. Ele nos contou um pouco sobre as responsabilidades de um Country Manager e seu dia a dia.

Quais são as responsabilidades de um Country Manager?

Camillo explica que as demandas do Country Manager variam de acordo com cada empresa e seu tipo de atividade. No seu caso, de forma bastante resumida, as responsabilidades vão desde manter o espaço físico adequado para que os funcionários executem bem suas tarefas até o planejamento financeiro, análise de resultados, vendas, marketing, serviços, etc. Em outras palavras, cabe a ele garantir o funcionamento da empresa no país.

Como é o dia a dia de um Country Manager?

Para Camillo, há diferentes blocos de responsabilidade. Semanalmente são realizadas reuniões com as equipes de vendas e marketing para revisão da estratégia e acompanhamento dos negócios estratégicos.

A outra parte é voltada para a empresa em si, no seu setor financeiro e de operações. Camillo dá o exemplo de que, em determinado período do mês, ele precisa analisar o relatório de fechamento da empresa. Um momento para parar e analisar os números e, caso necessário, realocar recursos e realizar os devidos procedimentos.

Também surgem questões pontuais, onde se faz necessária a tomada de ações específicas como lidar com algum cliente estratégico que precisa de suporte da fabricante.

O que surpreende empresas estrangeiras quando chegam ao Brasil?

“Sem sombra de dúvida a carga tributária e a complexidade de se fazer negócio”, afirma Camillo. Ele ressalta também que a questão tributária não se dá apenas na venda, mas sim a carga de impostos em todos os setores, como nos encargos trabalhistas.

Isso também varia de acordo com o ramo de atuação da empresa que quer ingressar no Brasil.

No caso da ESET, por exemplo, a pirataria é algo que surpreende e preocupa. Apenas para uma versão de um dos produtos da empresa, ele nos conta, existiam mais de 1 milhão de usuários utilizando cópias piratas. Para tentar reverter a situação, ofereceram 50% de desconto, mas conseguiram converter menos de 0,5% desses usuários.

O que torna um bom Country Manager?

Para Camillo, a escola de negócios ajuda a ter um pouco de visão, contudo, não há uma receita de “faça isso para se tornar aquilo”. Posições generalistas exigem um grande jogo de cintura.

É necessário aprender rápido, lidar prontamente com situações das quais você talvez não tenha sido apresentado. Um Country Manager precisa saber de tudo um pouco, e quando uma situação surgir, agir rápido para aprender e dar uma resposta adequada. Uma decisão errada hoje pode custar caro lá na frente. Outro fator essencial é poder contar com pessoas qualificadas, especialistas em suas áreas.

No geral, um Country Manager é alguém com perfil comercial, mas que também conta com bons conhecimentos em marketing e adaptabilidade. É importante estar preparado para ter dias diferentes uns dos outros. “Cada dia é uma situação nova”.

“Também há a questão de que se você não for especializado e tentar ser o melhor no que faz, vai acabar na vala comum”, diz Camillo sobre profissionais de áreas específicas. “Independente da profissão, se você for especializado e referência, vai ser necessário”, conclui Camillo.

Sobre a ESET

A ESET é uma empresa de segurança digital fundada em 1992 na Eslováquia. Atualmente atua em mais de 180 países, possuindo escritórios em muitos deles, e conta com cerca de 1.100 funcionários espalhados pelo mundo todo. É uma das líderes do mercado brasileiro em seu segmento, sendo a quarta maior empresa de segurança na América Latina e a segunda em segurança corporativa.