MVP é a sigla de Minimum Viable Product, ou Produto Minimamente Viável. Quando falamos de MVP, estamos falando de um protótipo do produto ou serviço que se busca criar. O MVP deve conter as funções necessárias para solucionar o problema que se busca resolver. Isso é, o mínimo para atender o usuário/cliente alvo, validando a viabilidade do negócio.
Após a concepção da ideia de negócio, a criação de um MVP geralmente é o próximo passo imediato. É através dele que você testará o modelo de negócios e identificará possíveis problemas e necessidades do público que busca atingir. MVPs possuem duas características fundamentais:
- Possui as funções necessárias para que seu público alvo se interesse em o usar/comprar
- Possui um feedback loop para guiar o desenvolvimento futuro
A seguir analisaremos essas duas características mais a fundo.
1. MVPs devem ser enxutos
Em seu livro “The Lean Startup”, no Brasil publicado como “A Startup Enxuta”, Eric Ries popularizou o conceito de MVP. A principal lição que tiramos de sua obra que influenciou o empreendedorismo no mundo todo, especialmente no Vale do Silício, é que devemos falhar e aprender rapidamente. E para isso, você precisa criar versões enxutas de seus projetos, descobrindo o que deve ser melhorado, o que não interessa ao público alvo e o que está faltando.
Startups, por definição, lidam com extremas incertezas. Por isso, faz sentido não gastar incontáveis horas e muito dinheiro em algo que é apenas uma hipótese. Acreditar na ideia é importante, mas no final ela é apenas uma ideia. MVPs servem justamente para isso: validar ideias de forma prática e barata.
Exemplo: Larry Page e Sergey Brin tinham duas hipóteses:
- Utilizar links como fator determinante para julgar a ordem das páginas a serem exibidas para uma pesquisa online, forneceria resultados mais adequados em comparação ao que era feito na época.
- Existia uma grande necessidade em tornar acessível de forma prática o oceano de informações disponíveis na internet.
Na época, talvez não definiram a primeira versão do Google como um MVP, mas é isso que criaram. O que o mecanismo de busca do Google era na época não se compara a enorme complexidade dos algoritmos usados atualmente. Porém, mesmo assim satisfez em certo nível uma necessidade, se provou útil, assim validando a ideia.
2. Com um MVP, você deve obter aprendizados validados
Na base da metodologia de Eric Ries está o conceito de “Validated Learning”, isto é, “aprendizado validado”. Ao contrário de apenas dizer que “aprendeu” coisas com o fracasso, deve-se mostrar empiricamente que este é o caso. Resumindo em uma palavra: testar. Para Ries, um MVP é:
A versão de um novo produto que permite que a equipe colete a maior quantidade de aprendizado validado sobre clientes com o menor esforço.
Eric Ries propõe um feedback loop (laço de aprendizagem) que minimiza o tempo e recursos gastos no processo de validação de uma ideia. Ele é ilustrado abaixo.
Tudo começa com uma ideia, seja ela para uma nova função, uma alteração em uma função existente, uma mudança visual, etc. Então, toma-se todos os passos necessários para implementar tal ideia. É essencial que sejam analisados os resultados dessa implementação. Por isso as métricas são as maiores aliadas de empreendedores, pois mostram em números o que e em que nível algo está ou não dando resultados positivos. Por fim, a partir desses resultados coletados de forma analítica, descobre-se de forma útil e objetiva novas informações. Temos aí o aprendizado validado.
Com esta metodologia, a subjetividade é minimizada e o processo de validação se torna mais prático. Continuamos começando com hipóteses, que são as ideias, mas dessa forma você pode testar dezenas delas rapidamente, cada vez mais se aproximando da versão ideal.
Algumas dicas para MVPs de sucesso
Existem algumas variações do MVP que apresentamos. Por exemplo, o MVP de Baixa Fidelidade (Lo-Fi) é utilizado para validar hipóteses fundamentais sobre um negócio de forma ainda mais simples. Um caso famoso é o do Dropbox, que com apenas um vídeo ilustrando a simplicidade do serviço, conseguiu atrair enorme atenção. Esse tipo de MVP tem esse nome justamente porque eles apenas sugerem que a hipótese do negócio é válida.
Por outro lado, os MVPs de Alta Fidelidade (Hi-Fi), que são o que apresentamos, fornecem confiança muito maior. Em MVPs de Baixa Fidelidade, não é possível obter o “aprendizado validado”.
Isso não é dizer que MVPs Lo-Fi não sirvam para nada. Por serem extremamente mais simples de criar, já que pode ser apenas um vídeo, uma página explicativa ou algo nesse sentido, podem servir para dar fortalecer alguma hipótese fundamental da ideia. No caso do Dropbox, serviu muito bem e ajudou o fundador a conseguir investimentos.
Contudo, um MVP Hi-Fi também terá de ser criado em seguida. E como afirma Eric Ries, eles funcionam melhor se os interessados devem pagar para o usar. Isso possui diversas vantagens, sendo as duas principais:
- Por ser pago, a fidelidade do MVP sobe, ou seja, mostra que as pessoas realmente estão dispostas a gastar dinheiro por aquele produto.
- Quando sair da fase MVP, você já terá uma base de clientes.
Por fim, não desanime caso o MVP de seu produto ou serviço não estiver gerando os resultados esperados. Ele serve justamente para isso! Após a fase de MVP, você poderá começar a pensar em crescimento com Growth Hacking, mas lembre-se que melhorias, como a diminuição do Churn Rate, o aprendizado e testes nunca acabam!