Assim como tudo no mundo que envolva dinheiro e responsabilidades, entrar no mundo dos investimentos requer pesquisa e mudança de alguns hábitos.
Lógico que tudo isso depende dos objetivos de cada um, o risco que está disposto a correr, o prazo que está disposto a guardar seu dinheiro, além de outros fatores que podem surgir no meio dessa caminhada.
Para tanto, apresentaremos as formas mais simples de investimentos, aquelas acessíveis por qualquer um com vontade de fazer suas economias aumentarem.
Diferentes formas de guardar ou investir seu dinheiro
Vamos definir primeiramente que existem duas formas básicas de criar uma reserva de dinheiro:
A primeira é guardando por si próprio uma quantia diária ou mensal, para que em uma emergência ou oportunidade possa ser gasta.
A segunda é o investimento em si, onde você pode guardar seu dinheiro em um banco ou uma correta. Em troca você recebe um pagamento mensal de juros, como se você emprestasse seu dinheiro para essas instituições, que lhe retribuem com juros.
O hábito de guardar dinheiro em casa, especialmente quando falamos em quantias relevantes, não é de forma alguma aconselhável por motivos de segurança (roubos, furtos, etc).
Mas além disso temos o problema que chamamos de desvalorização. Se você já leu nosso post sobre inflação, sabe o efeito que ela gera sobre qualquer dinheiro “parado”.
Para evitar a desvalorização da moeda, a maioria das pessoas aplicam seu dinheiro em investimentos como a famosa e antiga poupança, fundos de investimentos, CDBs, Letras de Crédito e demais opções oferecidas pelos bancos e corretoras.
Veremos cada um deles em detalhes nas próximas matérias.
As vantagens destes investimentos vão além da segurança proporcionada pelos bancos, pois oferecem retornos a quem aplica na forma de juros diários ou mensais, dependendo do produto escolhido, fazendo seu dinheiro crescer aos poucos.
O que é a poupança
Uma das modalidades mais antigas e seguras de investimento é a popular poupança. Todos os grandes bancos oferecem o produto, que além de não cobrar taxas de manutenção, é isento de tributos como o imposto de renda ou o IOF (imposto sobre operações financeiras).
É através do dinheiro que as pessoas guardam na poupança que os bancos financiam a casa própria para a maioria dos brasileiros cobrando juros acessíveis.
Para ilustrar como funciona na prática, um investimento na poupança de R$ 100,00 mensais durante 12 meses seguidos, além de garantir um valor de R$ 1.200,00 no final do período, renderá ao aplicador cerca de R$ 45,00¹ como pagamento de juros.
O valor parece pequeno e não anima muito quando imaginamos o período de um ano, não é mesmo? Porém, note que se o montante de R$ 1.245,00 continuar aplicado, ele por si só passará a render cerca de R$ 9,00 mensais. Caso o aplicador possa continuar depositando seus R$ 100,00 mensais por mais 12 meses, o valor ao final do segundo ano seria de R$ 2.600,00, ou seja, R$ 200,00 acima do que o investidor teria se apenas mantivesse seu dinheiro guardado em casa, por exemplo.
A poupança é um dos poucos investimentos que pagam juros sobre o valor aplicado mensalmente, de forma que se você sacar o dinheiro um dia antes da data em que receberia os juros, não receberá a remuneração daquele mês.
Exemplo: se você aplica na poupança 100,00 reais no dia 05/03/2016 receberá juros sempre no dia 05 de cada mês. Caso efetue o saque total do valor do dia 04/04/2016, não receberá nenhum pagamento de juros. E se o resgate for parcial, como por exemplo da metade do valor, receberá a metade dos juros que seriam pagos no dia 05/04/2016.
Este é um dos fatores que levam as pessoas a buscarem outros tipos de investimentos, como os que pagam juros diariamente.
A poupança paga atualmente uma taxa de 6% ao ano fixa mais a TR a qual varia diariamente.
Fundos de Investimento
Se o nome pode fazer parecer que o assunto é complicado e destinado à investidores com conhecimento avançado, na prática é justamente o oposto: os fundos de investimento foram criados para possibilitar que pessoas com pequenas quantidades de dinheiro (pequenas mesmo, existem fundos que permitem aplicação de 50,00 reais ou menos) pudessem investir em produtos destinados aos grandes e ricos investidores.
Os fundos nada mais são do que a reunião do dinheiro de centenas ou milhares de pequenos investidores, usado para a compra de ações de empresas, títulos públicos nacionais ou de outros países, investimentos cujo valor inicial necessário chega a alguns milhões de reais.
Na prática, essa reunião de valores possibilita o acesso a grandes investimentos que muitas vezes não teríamos de forma individual, o que pode garantir retornos muito superiores àqueles oferecidos pela poupança ou outras aplicações de renda fixa.
Se você se interessou pelo tema, não deixe de conferir aqui nossa matéria completa sobre o que são, os riscos e as vantagens dos Fundos de Investimento.
A rentabilidade dos Fundos de Investimento varia de acordo com suas características próprias, podendo ser negativa.
Certificados de depósitos bancários, os CDBs
Uma modalidade popular de investimento oferecida majoritariamente pelos grandes bancos, são os CDBs.
Se por uma lado o investidor tem a poupança cujo dinheiro aplicado é utilizado pelos bancos para financiar a casa própria, do outro temos os CDBs, utilizados justamente para outros empréstimos, como o famoso CDC (crédito direto ao consumidor).
Em linhas gerais, o investidor empresta para o banco um valor que possui em excesso, enquanto o banco repassa este mesmo valor para as pessoas que precisam de dinheiro.
A rentabilidade dos CDBs é baseada na CDI (certificado de depósito interbancário), a qual falaremos oportunamente.
Atualmente a CDI é de 14,20% a.a. mas o bancos negociam um percentual desse valor, geralmente próximo de 95% mas podendo ser superior a 100%.
A negociação depende de cada instituição financeira e varia de acordo com o volume total aplicado pelo investidor. Quanto maior o valor aplicado, maior o percentual negociado e consequentemente a rentabilidade do investimento.
Apesar da CDI ser bastante superior ao percentual pago como exemplo pela poupança, nos CDBs incide a cobrança de imposto de renda e IOF e sobre os rendimentos de acordo com a tabela abaixo:
Note pela tabela que quanto mais tempo o valor permanecer aplicado, menor o imposto cobrado, não sendo inferior a 15%.
Se você quer decidir o que vale mais a pena entre CDBs ou LCIs, clique aqui.
Letras de Crédito
As letras de crédito mais comuns no mercado são as LCIs e as LCAs (Letras de Crédito imobiliário e do Agronegócio).
Na prática são muito semelhantes aos CDBs, mas com uma vantagem primordial: são isentas da cobrança de IOF e Imposto de renda sobre a rentabilidade.
As desvantagens das letras de créditos são os altos valores exigidos nas aplicações iniciais, muitas vezes superiores a R$ 100.000,00 em muitos casos, e a baixa oferta pelos bancos.
Como as LCIs são usadas para o financiamento de imóveis de grande valor, o momento atual da economia não favorece a emissão de novas letras o que faz com que poucos bancos tenham disponibilidade de tal modalidade de investimento.
Ainda, mesmo possuindo a isenção dos tributos mencionados, geralmente o percentual do CDI negociado é bem inferior aos dos CDBs, geralmente na casa dos 85%.
- Veja também: Diferenças entre CDB, LCI e LCA. Qual escolher?
Demais investimentos
Os investimentos que demonstramos hoje oferecem ao aplicador a mesma essência da poupança: um retorno na forma de juros sobre o capital investido. O que muda é que o percentual desses juros poderá ser maior, o prazo de pagamento poderá ser diário, mensal, anual ou apenas na hora do resgate.
Ou seja, são opções de investimento oferecidas para diferentes perfis de investidor que buscam algo diferente daquilo oferecido pela poupança.
Existem muitos outros investimentos disponíveis no mercado nacional e internacional, destinados aos investidores com mais experiência e disponibilidade de tempo para acompanhar o mercado.
Como o foco da matéria de hoje são os investimentos básicos destinados àqueles que estão começando na área, não citamos investimentos em ações, títulos públicos, câmbio, ouro, e nem mesmo o empreendedorismo, que também é uma forma de investimento.
Porém, não deixem de acompanhar as próximas matérias do Em Alta com muito conteúdo destinado a todos aqueles que desejam conhecer o fascinante mercado financeiro e as melhores opções de investimento.
¹ Para o cálculo dos juros da poupança utilizado no exemplo, consideramos a rentabilidade de 0,67% a.m. (ref: 02/2016)