Investimentos

Entenda quando investir no longo ou curto prazo

Curto vs longo prazo

É muito comum vermos pessoas frustradas com o desempenho de seus investimentos. É o que acontece quando as expetativas de ganhos são imediatistas mas ele não acontecem rapidamente. Esse geralmente é o caso de quem costuma investir no longo prazo achando que os ganhos serão de curto prazo.

Por outro lado, também há aqueles que ficam assustados quando realizam um investimento de longo prazo mas vê o dinheiro flutuando todos os meses, inclusive negativamente.

Por isso, é importante estudar com muito cuidado qual investimento sera realizado, evitando surpresas desagradáveis. Mas antes disso, você deve decidir se seu investimento será de curto ou longo prazo.

Diferenças entre investimentos de curto e longo prazo

Por definição, a diferença entre investimentos de curto e longo prazo está no tempo em que se pretende deixar “parado”, ou seja investido. Quando se investe no curto prazo, a intenção costuma ser a de recuperar o mesmo capital com valor agregado em até um ano.

Já quem investe pensando no longo prazo, geralmente não pretende retirar o investimento em menos de um ano. Alias, o mais comum é que o dinheiro continue aplicado por alguns ou vários anos. É o dinheiro considerado como reserva, em que não há nenhum plano de utilização imediata desse capital.

O investimento ideal também depende do estágio de vida do investidor. Por exemplo, quando se é jovem, o melhor caminho provavelmente é uma mistura de investimentos de curto e longo prazo.

Os de curto prazo podem servir para a entrada de um financiamento imobiliário que se pretende fazer em até um ano.

Já os de longo prazo serão úteis para quem planeja a valorização do capital pensando em uma aposentadoria tranquila. Já quando se tem uma idade mais avançada, a necessidade por investimentos de longo prazo pode sumir, a não ser que a intenção seja a valorização do capital que servirá de herança para os filhos, netos, etc.

 

Preste atenção na liquidez

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Alguns investimentos oferecem retornos extremamente rápidos, como ações de empresas desconhecidas. O porém é a dificuldade de achar outros compradores que topem pagar por elas quando estão valorizadas…

Outro fator extremamente determinante na escolha dos investimentos é sua liquidez. Praticamente todas as formas de investimentos existentes apresentarão um prazo médio de liquidez, muitas vezes pré definido mas às vezes indeterminado.

Saber com precisão qual será o prazo máximo que seu dinheiro poderá ficar aplicado é fundamental para não sofrer prejuízos financeiros. Acidentes podem ocorrer, e caso você não possa contar com o valor aplicado para pagamento de despesas médicas (por exemplo), poderá ter que recorrer ao limite no banco ou empréstimos com juros muito maiores.

Como exemplos de investimentos de longo prazo sem liquidez (ou com liquidez indefinida) temos os imóveis. Ao comprar um imóvel o investidor costumar alocar uma parcela significativa de seu capital, esperando em troca a valorização anual do valor do imóvel e um retorno mensal em forma de aluguel.

Tanto a taxa de ocupação do imóvel por locatários quanto uma possível venda em caso de emergência são indefinidos, e dependerão de diversos fatores externos. Ou seja, não se pode contar com o valor de um imóvel em uma data pré definida, a não ser que o proprietário aceite se desfazer do mesmo por um valor muito abaixo do praticado pelo mercado.

Como exemplo de investimentos de liquidez imediata, temos os CDBs e as Letras de crédito comercializadas pelos grandes bancos. Um CDB que não possui carência mínima de resgate permite que o investidor faça o resgate de modo online (desde que solicitado antes das 17h nos dias úteis). As letras de crédito costumam possuir uma carência mínima de 90 dias para resgate, mas após o prazo assumem a mesma características dos CDBs.

No entanto, é sempre preciso observar todas as cláusulas de negociação desses papéis no momento da aplicação. Os bancos costumam pagar taxas maiores para os investidores que aceitem uma carência de 2 ou até 3 anos nesses investimentos. Uma vez realizada a aplicação, não há como o investidor reaver tal valor antes do fim do prazo, apenas transferir sua titularidade para outra pessoa, caso ela aceite esperar o restante do tempo de carência.

Riscos de investimentos de curto e longo prazo

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Também é importante entender que cada modalidade de investimento possui suas características positivas e negativas, além de seus próprios riscos. Em casos extremos, há riscos mesmo quando falamos de CDB, LCI e LCA, onde até R$ 250 mil do investimento é protegido pelo FGC em caso de falência do banco onde o capital está aplicado.

Geralmente se pensa que investimentos de longo prazo não possuem riscos e que são por natureza destinados ao público conservador. Isso não é verdade, pois mudanças no cenário político e econômico afetam diretamente esses investimentos. Por exemplo, hoje investimentos com base no CDI estão em alta, visto que ele está em 14,13% ao ano. Como esse indexador é diretamente ligado a variação da SELIC, definida pelo Banco Central, seu valor dependerá exclusivamente de decisões políticas.

Esta é uma das vantagens de se morar em um país com juros altos, pois investimentos desse tipo, que tradicionalmente são mais seguros, passam a contar com um retorno interessante.

Porém, as taxas de juros estão intimamente ligadas ao cenário político e econômico do país. Em outras palavras, se você se comprometer a um investimento de 10 anos, estará correndo riscos do cenário mudar e seu investimento passar a ser considerado ruim.

Na maior parte desses casos, o investimento continuará se valorizando, porém, você provavelmente teria opções muito mais vantajosas.

Já investimentos a curto prazo tendem a apresentar riscos parecidos com apostas para quem não possui experiência. Em alguns casos, curto prazo pode significar dias ou até mesmo horas. Estamos falando, é claro, da bolsa de valores e suas operações de day trade.

A máxima da comprar na baixa e vender na alta não é uma tarefa simples. O investidor iniciante pode ficar tentado a comprar uma ação que desvalorizou 10% nos últimos dias, mas isso não significa que ela voltará a se valorizar ou que não poderá desvalorizar ainda mais nos próximos dias (ou até mesmo perder todo o seu valor de mercado em casos extremos).

Para Warren Buffet, a terceira pessoa mais rica do mundo e considerado por muitos o maior investidor do mercado, você nunca deve adquirir ações que não esteja preparado para mantê-las por 10 anos. Ou seja, mesmo no mercado de ações, a ideia é de investimento de longo prazo.

Além disso, pode ser tentador vender uma ação ou sair de um investimento quando ele começa a desvalorizar após alguns meses. Porém, isso é algo natural para muitos investimentos. O que vale é a valorização final após o período estabelecido para o capital continuar investido. Este é considerado é um dos maiores erros de investidores iniciantes.

Outros exemplos de investimentos de curto prazo são os fundos de movimentação automática. A maior comodidade oferecida por eles é o fato de aplicarem o valor que está parado na conta corrente do cliente automaticamente.

O mesmo vale para os resgates, que são realizados sempre que o correntista efetua um saque ou um pagamento com sua conta. Existe a incidência de IOF para resgates realizados antes de 30 dias a conta da aplicação, mas a alíquota de imposto de renda é um pouco menor, favorecendo sensivelmente tal investimento.

Então qual é melhor?

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Para a maioria das pessoas, inclusive investidores experientes, o ideal é manter uma carteira de investimentos diversificada, com aplicações tanto de curto quanto de longo prazo. Assim, os riscos são minimizados.

O balanço ideal dependerá dos seus objetivos. Se está pensando em sua aposentadoria, por exemplo, o ideal é que a maior parte dos investimentos sejam de longo prazo. Mas se o investimento é para a compra de um carro no ano que vem, obviamente o foco precisa ser na valorização neste período de tempo.

Porém, para muitos especialistas, os investimentos de curto prazo nunca devem exceder os de longo, justamente por apresentar riscos maiores, podendo gerar prejuízo se forem retirados no momento errado.

Conhecer seu próprio perfil também é essencial na hora de escolher os investimentos. Sabe que é uma pessoa ansiosa? Não invista em algo que flutue de mais.

Se comprometer a investimentos que não se enquadram no seu perfil é uma maneira certeira de cometer erros durante o processo.