Com foco em outro perfil de clientes, a Caixa Econômica Federal deverá aumentar o valor máximo para financiar imóveis, além de outras medidas para reaquece o mercado imobiliário no segundo semestre de 2016.
Atualmente o banco público busca financiar imóveis de até 1,5 milhão de reais, valor este que deverá ser dobrado para até 3 milhões de reais. A informação foi repassada a imprensa pelo Vice Presidente de habitação do banco, Nelson Antonio de Souza.
Aumento no percentual de financiamento nos imóveis do SFI
Outra medida prevista é o aumento no percentual máximo para financiamento de imóveis que fazem parte do SFI (sistema de financiamento imobiliário) de 70 para 80% nos imóveis novos e de 60 para 70% nos imóveis usados.
O aumento no percentual de financiamento de imóveis usados serve para reaquecer também o mercado de novos, pois favorece quem planeja trocar de imóvel mas não tem valor suficiente para a entrada mínima exigida, que cresceu nos últimos anos graças ao aumento da inadimplência.
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Transferência de financiamento habitacional entre bancos
Quem possui financiamento habitacional em outro banco que não seja a Caixa, poderá em breve transferir até 70% do valor financiado para o banco público. Hoje é possível portar até 50 por cento do saldo devedor. Para o cliente, a eventual vantagem consiste em uma negociação de taxa mensal mais baixa ou a possibilidade de alongamento da dívida.
Reabertura do PEC – Financiamento para construtoras
Em razão da forte crise vivida no setor imobiliário, que elevou a inadimplência entre as construtoras que não conseguiram comercializar grande parte de seus estoques, a linha de financiamento para novos empreendimentos (PEC) foi fechada na Caixa.
Entre as novas medidas poderá ser contemplada a reabertura de tal modalidade, contando ainda com uma dilatação no prazo máximo de pagamento, de 6 para 12 meses, sendo 6 meses de carência.
Fuga da poupança e crise imobiliária grave
Com menos recursos disponíveis para financiamento devido a fuga dos recursos depositados em cadernetas de poupança (tanto pelo uso dos recursos por quem perdeu o emprego quanto a migração para outros investimentos mais rentáveis) a Caixa e os demais bancos que realizam financiamentos habitacionais passaram a adotar regras mais rigorosas na hora de financiar imóveis.
Os efeitos práticos de tal rigor agravaram ainda mais a crise no setor imobiliário, pois os percentuais máximos de financiamento caíram, as vendas de usados idem (sofrendo inclusive desvalorização) e o aumento na oferta dos estoques não foi auxiliada pela taxa de desemprego, que só piorou nos últimos meses.
A saída encontrada pelos bancos, em especial Caixa e Banco do Brasil, foi potencializar ainda mais as concessões de financiamentos habitacionais baseados no FGTS, como os programas Minha Casa Minha Vida e Pró cotista, linhas mais baratas destinadas à moradias populares.
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Ações de construtoras sobem após notícias da Caixa
As construtoras que há tempos sofrem com a desvalorização de seus ativos na bolsa tiveram um dia para se comemorar: a PDG viu seus ativos valorizarem mais de 13%, enquanto a Rossi valorizou quase 7% ao fechamento do Ibovespa. Com alta um pouco mais modesta de 3,5%, a Cyrela também foi beneficiada com as notícias do mercado imobiliário.