Já se perguntou como o Pic Pay ganha dinheiro se não cobra nenhum tarifa, mensalidade ou comissão dos usuários, e que ainda dá cashback em muitos compras?
Nossa matéria explicará um pouco do modelo de negócios de fintechs como o Pic Pay, mais especificamente abordando a forma com que eles ganham dinheiro.
É importante lembrar que muitas startups não ganham dinheiro de fato. Mas e aí, quem paga essa conta? Veremos um pouco sobre o assunto também.
O Pic Pay foca na expansão da base e serviços
As empresas quando nascem geralmente tem um tempo de maturação, em que seus sócios precisam colocar bastante dinheiro para manter o negócio funcionando e fazê-lo crescer.
Isso é normal e esperado e faz parte da lógica empresarial. Dificilmente um empreendimento novo vai se pagar e começar a dar lucro em poucos meses. As coisas demoram para acontecer.
E com as fintechs como o Pic Pay, Nubank, Banco Inter e muitas outras isso não é diferente.
E quando os objetivos são ter uma base com milhões de clientes, “roubar” usuários de outras empresas tradicionais como bancos e empresas grandes de adquirência (Cielo, Rede, etc) esse investimento precisa ser ainda maior.
De onde vem o dinheiro para crescer
A estratégia do Pic Pay envolve não só a isenção de tarifas de transferência, mas também a isenção de qualquer manutenção da conta do usuário, algo que antes era comum. São isentos também os pagamentos utilizando o saldo da conta.
Mas note que da forma como o Pic Pay funciona hoje nem tudo é de graça: se você pagar boletos usando o cartão de crédito vinculado ao app, pagará algo próximo de 3% sobre o valor pago. Parcelar o pagamento de boletos também não é de graça e envolve a cobrança de juros.
Aqui a rentabilização da plataforma já começa a fazer sentido correto? Pois bem, não é só isso. Cada vez que um usuário paga uma conta em uma maquininha, o Pic Pay recebe um pequeno percentual sobre a transação.
Um lojista normal como uma padaria, costuma pagar cerca de 2% em cada venda por cartão de débito e 3% na venda no cartão de crédito. Ou seja, para cada 10 reais em pães que você passa no crédito, a padaria automaticamente tem um custo de 30 centavos.
Esses 30 centavos são divididos entre: a dona da maquininha que o cartão é passado (Rede, Cielo, Getnet, etc); a bandeira do cartão de crédito que está sendo passado (Master, Visa, Elo, etc); e o emissor do cartão (que pode ser o Itaú, o Bradesco, Nubank, etc). E aqui entra também o Pic Pay se você utilizá-lo no pagamento.
É pouco dinheiro para se dividir em pelo menos 3 players diferentes não é mesmo? Sim e não. Para a padaria pode ser um percentual elevado, e para todos os envolvidos o foco será sempre o volume, ou seja, uma grande base de clientes passando cartões o tempo todo no mundo todo gerará uma receita bilionária.
Aumentar a base tem um custo para o Pic Pay
Como citamos, o Pic Pay usa do cashback como sua principal arma para ganhar clientes novos. Além disso, oferece dinheiro para quem indica amigos e também para quem acaba de instalar a plataforma.
E isso é dinheiro de verdade que a empresa investe para “comprar” novos usuários, os incentivando a cadastrar um cartão e mandar dinheiro para a plataforma.
No caso do Pic Pay, esse dinheiro vem de seus controladores principais, o Banco Original (empresa do mesmo grupo que a JBS), que viu na área financeira uma ótima oportunidade de ganhar mais dinheiro.
No caso de outras plataformas, o financiamento vem de grandes fundos de investimento nacionais e internacionais, que juntam pessoas que tem muito dinheiro sobrando a ideias com potencial de altos lucros no futuro.
E é por isso que muitas dessas empresas podem se dar ao luxo de trabalhar por um período considerável sem retornar nada para seus investidores. A ideia é crescer muito, e depois aproveitar a base criada para rentabilizar a operação, vendendo seguros, empréstimos ou outros serviços que possam de fato gerar lucro.