Economia

O que é a inflação e os efeitos sobre sua vida

O que é Inflação

Uma das palavras mais usadas nos últimos meses e que nunca abandona os noticiários econômicos com certeza é a Inflação.

Mas será que você realmente sabe o que significa esse fenômeno econômico ou apenas associa a expressão ao aumento dos preços do que compra no mercado?

Veremos hoje de forma simples e objetiva o que é a inflação, suas causas e principalmente seus efeitos em nossas vidas.

O que é a inflação

A inflação pode ser definida como um aumento na quantidade de dinheiro disponível em uma economia, o que gera aumento geral nos preços de produtos e serviços em um país.

É importante notar dois pontos: existem várias formas de aumentar a quantidade de dinheiro disponível no mercado, seja a Casa da Moeda imprimindo mais dinheiro, seja o Banco Central tornando os juros de empréstimos mais baratos, e que o oposto da inflação também é possível – a chamamos de deflação.

Como a inflação é calculada

O cálculo da inflação é realizado pelo IBGE (instituto brasileiro de geografia e estatística) com base em uma “cesta de consumo média” da população brasileira.

Devemos entender bem esse cálculo para evitar cair na máxima de que o “Governo mente a inflação”, “as coisas que compro subiram muito mais que 10%”, “só o quilo do tomate subiu 30%”.

A cesta média é definida por pesquisas de hábitos de consumos de famílias com renda de um a 40 salários mínimos, das principais cidades do Brasil e, após tal definição, todos os meses o IBGE apura quanto os preços dos produtos dessa cesta variaram em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia, São Paulo e no Distrito Federal.

causas da inflação

Na imagem vemos a inflação no mundo em 2013. Note que ela não é exclusividade do Brasil.

O principal índice de inflação no país é chamado de IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo. O IBGE considera 9 grupos de produtos e serviços: alimentação e bebidas, artigos de residência, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais além de transportes e vestuário.

Dentro de cada um dos 9 grupos existem diversos itens específicos que usamos em nosso cotidiano. No total são acompanhados os preços de 465 subitens, que possuem diferentes pesos dentro da média.

Portanto, nunca considere apenas o seu contexto de vida para estimar uma taxa de inflação. Ela sempre será calculada pela média de todos esses 465 itens.

A inflação no Brasil desde 1994

O Real que utilizamos como moeda até os dias de hoje começou a circular no dia 1 de julho de 1994, estampando nas células praticamente os mesmos valores que utilizamos atualmente. Apenas as notas de 1 real saíram de circulação e estrearam as de 2 e de 20.

Desde julho de 1994 até o começo de 2016 nossa moeda perdeu 80% do seu poder de compra.

Para sentirmos o impacto da inflação no real, saiba que os mesmos R$ 100,00 daquela época equivalem a aproximadamente R$ 20,00 hoje.

O cálculo é realizado com base no aumento dos preços médios dos itens que o IBGE considera para calcular o IPCA. E sim, se você tivesse guardado seu dinheiro naquela época e resolvesse utilizar a mesma quantidade hoje, compraria apenas 1 quinto do que poderia na época.

No entanto, é importante saber que o Real ainda tem o melhor desempenho entre todas as moedas criadas nas últimas décadas. O efeito da hiperinflação, que você confere no infográfico abaixo, fazia com o que o governo incluísse diversos zeros nas notas, tamanha era a velocidade da desvalorização que elas sofriam.

inflação no Brasil

Os efeitos da inflação em sua vida

A inflação jamais deve ser vista como um monstro que só traz prejuízos para os cidadãos. Esse fenômeno econômico é importante na economia e precisa existir, mas de forma uniforme.

Os governantes nunca podem perder o seu controle, o que gera sérios danos não só ao consumidor, mas ao mercado como um todo.

Se a inflação aumenta mais do que o seu salário, quer dizer que seu poder de compra irá ser reduzido ano a ano, podendo chegar ao ponto que o que você ganha não seja suficiente para o pagamento das despesas mínimas.

Quem é assalariado acabado sendo a parte mais fraca em um mercado de inflação descontrolado, pois os empresários em geral (os quais têm autonomia para decidir seus próprios preços)irão, sempre que possível, repassar ao consumidor final um maior preço que pagarem por sua matéria prima, por exemplo.

Outros que podem sofrer muito com esses fenômeno são os investidores, pois nem sempre os juros pagos por poupanças, fundos de investimento e até mesmo a valorização dos imóveis conseguem acompanhar os efeitos da inflação, causando a desvalorização do patrimônio do investidor.

Por tais motivos que explicamos, os investidores sempre deverão considerar o contexto macroeconômico do país referente ao controle da inflação para definir uma meta de poupança ou investimento.