Conselhos

5 sinais que você não está pronto para comprar uma casa

Na maioria dos países ocidentais, o “sonho da casa própria” faz parte da cultura da população, que muitas vezes passa uma vida toda guardando dinheiro – ou pagando por um financiamento de uma casa.

E mesmo contando com todo o apoio social para tomar a decisão de comprar uma casa, é importante que você saiba que se você agir racionalmente, muitos pontos deverão ser observados antes de tomar essa grande decisão, tanto para o bem de seu futuro quanto o de suas finanças pessoais.

Comprar uma casa é um compromisso de longo prazo que exige uma posição financeira sólida e, em muitos aspectos, envolverá muito mais do que apenas dinheiro.

Se qualquer um dos sinais que apresentamos a seguir fizer parte de suas preocupações e realidade atual, aconselhamos que atrase um pouco seu projeto de compra da casa própria.

Veja também: É melhor comprar ou alugar um imóvel?

Você acha que comprar uma casa é um investimento

Se alguém perguntar por que você quer comprar uma casa e sua primeira resposta for algo do tipo: “Porque estou desperdiçando dinheiro com aluguel” ou “Porque é um bom investimento”, você não está preparado para comprar uma casa, ao menos não de forma racional e sensata.

Passado o intenso movimento no mercado imobiliário patrocinado pelos últimos governos no Brasil, restou um mercado devassado e com excesso de estoques de casas e apartamentos novos.

A maioria das grandes construtoras e incorporadoras já entrou em recuperação judicial, e as que ainda respiram tentam manter preços irreais para não amargar prejuízos gigantescos em suas vendas.

Pior do que isso é pensar que você está disposto a morar em um lugar ruim, com condições estruturais precárias, apenas devido ao preço baixo e potencial de valorização futura.

Esses fatores demonstram que ainda não é o melhor momento para se comprar um imóvel no Brasil, ao menos não pensando nisso como um investimento. O risco de comprar algo que ainda irá se desvalorizar mais para depois, lentamente, voltar a ganhar valor ano a ano afasta qualquer investidor com o mínimo de experiência no assunto.

É mais inteligente procurar uma casa que atenda metas não-monetárias: se ela fica em seu bairro dos sonhos ou é um bom lugar para começar uma família. Uma casa deve ser vista com o um bem útil, que serve a um propósito específico, não como um investimento.

Você terá que direcionar mais que 30% de sua renda para as prestações

Especialistas em finanças pessoais e os grandes bancos brasileiros utilizam a regra dos 30% para medir um nível de endividamento aceitável para uma pessoa física.

É comum observar nos consumidores que ultrapassam esse percentual de endividamento mensal situações de inadimplência no médio prazo, além da utilização exagerada de produtos de crédito rotativo, como o cheque especial e o cartão de crédito.

Salvo raras exceções, aceite que você deve respeitar tal percentual se quiser manter suas contas sob controle.

Você não está poupando nada de sua renda

Se você não consegue poupar exatamente nada atualmente, já terá o principal sinal que está pronto para entrar em um financiamento de uma casa própria.

Muitas pessoas que gastam 100% de seu salário acabam entrando em um financiamento como forma de uma “poupança” forçada, o que não é correto.

Se as prestações mensais consumirem cerca de 30% de sua renda total, sua qualidade de vida atual e gastos serão reduzidos drasticamente, o que pode acarretar problemas colaterais.

O principal deles nós já mencionamos, que é o endividamento com produtos extremamente caros, como o cartão de crédito e o cheque especial, e assim que tais limites acabarem, o pagamento do financiamento da casa estará em risco.

Veja também: Dicas práticas de como reduzir sua fatura do cartão de crédito

Você não pode pagar a entrada do imóvel

Em praticamente qualquer financiamento imobiliário que você contratar será exigida uma entrada de pelo menos 10% do valor total do imóvel.

Em média a entrada é de 25% do valor, variando de acordo com a renda e perfil de risco do cliente. Quanto maior a entrada oferecida, menor será a prestação mensal paga no financiamento e os juros da operação de crédito.

Mas se você não possui nenhuma reserva financeira para oferecer como entrada, saiba que você terá que rever seus planos. Muitos acabam realizando empréstimos consignados para juntar dinheiro para a entrada, o que não é indicado, pois gera a cobrança de mais juros e compromete ainda mais sua renda mensal por um longo tempo.

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Você está planejando outras despesas grandes nos próximos anos

É importante considerar seu orçamento habitacional dentro do contexto de seus objetivos futuros.

Se você não tem quaisquer outros grandes gastos planejados, será mais fácil tanto para pagar as prestações da casa ou quem sabe até quitá-la antes do prazo do contrato.

Considere o seguinte: Se você pode pagar as parcelas do financiamento de R$ 2.000 por mês hoje, mas se por acaso tiver um filho não planejado no próximo ano, você ainda será capaz de pagar o mesmo valor? Se não, é hora de escolher suas prioridades.

Via: Business Insider